A Suficiência da Morte de Cristo Para Nossa Salvação – João Calvino [ 3 – Final ]

Mas em nosso Senhor Jesus, houve uma consideração especial (que foi tratada no último Dia do Senhor), isto é, que Ele tinha todas as Suas emoções bem controladas, por causa da integridade que havia nEle e por que não havia nEle nenhuma corrupção natural.

Como às vezes acontecerá conosco que nossas dores prosseguirão a partir de um motivo justo, na verdade, os nossos medos e nossas ansiedades. Mas, mesmo assim sempre haverá vícios misturados nisso, uma vez que a corrupção está em todas as nossas paixões. Mas em nosso Senhor Jesus não havia nada de problemático ou desordenado. Segue-se, então, que Ele não estava tão tomado de angústia, que Ele sempre teve sua esperança posta corretamente em Deus, que Ele clamou apenas por Ele e permaneceu firme e constante nisso, sabendo muito bem que Ele seria o Salvador até o fim.

Ao que se diz que alguns dos que estavam perto dEle O zombavam. “Ele chama por Elias, deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo”. Alguém supôs que os guardas, como ignorantes da Lei, falaram assim. Mas isso é muito abuso e tolice, pois eles não sabiam quem era Elias. Não há dúvida, portanto, que esta blasfêmia foi pronunciada por nenhuns outros além dos sacerdotes que eram versados na Lei. E eles mesmos não estavam enganados no que Jesus disse? Nem um pouco.

Pois o profeta a quem chamavam de Elias não é assim pronunciado. O nome, então, não os havia enganado. Pois não há dúvida implícita, uma vez que a palavra “Elias” é pronunciada de forma completamente diferente da palavra “Eli”, isto é, “Meu Deus”. Isso não pode causar qualquer ambiguidade. Isso ocorreu, então, por certa malícia e ousadia por meio da acusação de que “Ele chama Elias” fora colocada sobre o nosso Senhor Jesus Cristo. E se nós achamos isso estranho, quisera Deus que não houvesse tais exemplos hoje.

Pois alguém verá hoje os Papistas que pervertem e depravam, por meio de suas calúnias, o que nós ensinamos, isto é, o que é extraído da pura verdade de Deus, e eles conscientemente blasfemam para tornar nossa doutrina odiosa para muitas pessoas ignorantes e pessoas que não ouvem o que pregamos todos os dias. Eles depravam, então, falsamente aquilo que dizemos e o levam totalmente para o lado errado, a fim de dar plausibilidade à sua mentira e entreter as pobres pessoas ignorantes com isso. É assim foi que os inimigos de Deus, possuídos por Satanás, perverteram por malícia as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e hoje entre os papistas se vê a mesma coisa.

E isso não apenas é percebido no Papado, mas mesmo entre nós há beligerantes que dirão que queremos fazer crer que Jesus Cristo foi desprovido de toda a esperança quando vemos que Ele sofreu a angústia da morte, como se Ele tivesse sido lançado para as profundezas, na medida em que Ele estava ali em nosso nome e Ele sofreu o peso de nossos pecados. Mas isso de maneira alguma tira a constância da Sua fé, que esta possa não ter permanecido sempre em sua totalidade.

E esses tratantes que fazem profissão do Evangelho, nunca deixam de blasfemar com conhecimento de causa, por que eles mostram que eles são piores do que aqueles de quem se fala aqui. Havendo, pois, o diabo hoje aguçado as línguas dos seus agentes, e que cada um por tal atrevimento brutal trata de vomitar seu veneno contra a pureza da doutrina, não achemos estranho que o nosso Senhor Jesus tenha sido caluniado assim. Mas podemos suportar com paciência essas blasfêmias, orando a Deus (como se diz no décimo segundo Salmo) para que Ele possa destruir essas línguas lisonjeiras (Salmos 12:3), que são tão cheias de vilania e de execração, e as quais tendem a blasfemar do Seu Nome e obscurecer a Sua verdade.

Diante disso, os registros do escritor do Evangelho dizem que havia ali um vaso cheio de vinagre (de fato, como já vimos, que foi misturado com fel), e que eles levaram uma cana, ou melhor, (como diz São João) um hissopo, a fim ter uma longa vara, e no fim de tudo isso eles colocaram uma esponja para fazê-la chegar à boca do nosso Senhor Jesus. São João fala aqui mais claramente, pois ele diz que Jesus Cristo, sabendo que todas as coisas foram cumpridas, disse que ele estava com sede, e por isso Ele declarou mais uma vez “Está consumado”. Isso, então, é o que temos que observar aqui, quando esta bebida foi dada ao Filho de Deus, a saber, que Ele não pediu para beber porque Ele estava com sede, pois Ele se recusou, como já vimos acima.

Então, por quê? Por que esta bebida foi dada a fim de encurtar a vida. Ora, nosso Senhor Jesus desejou em tudo e por tudo esperar pela hora de Deus Seu Pai em paciência e descanso. Isso, então, é o motivo pelo que Ele não queria apressar a Sua morte, mas tornara-Se pacífico e obediente, até que tudo fosse cumprido – embora, de fato, Ele ainda não houvesse entregado o espírito e nem ressuscitado dentre os mortos. Pois Ele quer dizer que até esta hora Ele tinha mostrado uma obediência completa, de modo que nada agora o impedia de entregar a Sua alma a Deus, Seu Pai.

Isso, então, é como devemos abordar esta passagem: É que o nosso Senhor Jesus declarou que nada mais faltava para a nossa redenção, exceto o afastar-Se do mundo, o que Ele estava pronto e preparado para fazer, e entregar a Sua alma a Deus. Vendo, então, que Ele mesmo havia cumprido todo o Seu dever como Mediador, e que Ele havia feito tudo o que era necessário para apaziguar a ira de Deus em relação a nós, e que a satisfação pelos nossos pecados fora cumprida, Ele estava disposto a pedir por esta bebida.

Agora temos aqui uma frase muito notável e excelente, quando se diz: “Está consumado”. Pois é certo que o Senhor Jesus não fala em absoluto de quaisquer coisas pequenas ou comuns. Mas Ele intenciona que pela Sua morte, tenhamos tudo o que precisamos ter acesso a Deus e obter a graça dEle. Não que Sua ressurreição seja excluída por isso, mas é como se Ele dissesse que Ele realizou Seu ofício fielmente, e que Ele não veio a ser um Salvador parcial, mas que até o último momento Ele executou a carga que Lhe fora comissionada, e que Ele não havia omitido nada de acordo com a vontade de Deus, Seu Pai.

Desde que é assim, nós somos instruídos a fixar totalmente a nossa confiança em nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo que todas as partes da nossa salvação são cumpridas no que Ele fez e sofreu por amor a nós. É também por isso que a Sua morte é chamada de sacrifício perpétuo, pelo qual os crentes e os eleitos de Deus são santificados. Não queremos, então, ter certeza de que Deus é um Pai para nós? Não queremos ter liberdade de clamar por Ele? Não queremos ter descanso em nossas consciências? Não queremos

ser mais totalmente seguros de que somos considerados justos, a fim de sermos aceitáveis a Deus? Permaneçamos em Jesus Cristo e não andemos aqui ou ali, e reconheçamos que é nEle que repousa toda a perfeição. Aqueles, pois, que desejam outros adereços, e quem olham de um lado para o outro para suprir o que deve faltar na morte e paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, renunciam inteiramente o poder de que estamos falando agora. Resumidamente eles pisoteiam o sangue de Jesus Cristo, pois eles o desonram. Agora, em todo o Papado, o que há ali exceto a renúncia da morte e paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo? Por que eles pensam em fazer boas obras, porque eles as chamam de méritos, pelo que eles confiam adquirir graça diante de Deus, é certo que eles repudiam o que foi declarado por nosso Senhor Jesus Cristo: “Está consumado”.

E uma vez que é assim, quando eles pensam obter a salvação diante de Deus, e eles desejam ter a remissão dos seus pecados, para onde vão, a não ser para as suas tolas devoções? Pois cada um realizará o seu pequeno dever em seu posto, de modo que todas as chamadas devoções no Papado tanto blasfemam quanto anulam o que foi pronunciado quando o nosso Senhor Jesus disse: “Está consumado”. O que se segue, então? Que saibamos que não há uma única partícula de virtude ou mérito em nós, a menos que nos apossemos desta Fonte onde está toda a plenitude dos méritos.

Assim, então, é como a nossa fé deve ser fixada em nosso Senhor Jesus Cristo. Além disso, que conheçamos acima de tudo, quando Ele foi oferecido como um sacrifício isso foi para nos absolver para sempre e para nos santificar perpetuamente, como diz a Escritura (Apocalipse 13:8). Que possamos, então, não ter outro sacrifício além deste. É verdade que, no Papado, essa abominação diabólica da missa é chamada de sacrifício diário; e eles dizem que Jesus Cristo certamente uma vez Se ofereceu como sacrifício para obter para nós a remissão de nossos pecados, mas que ainda é necessário que Ele seja oferecido diariamente, o que é blasfêmia plenamente manifesta, na medida em que usurpa o ofício que foi dado ao nosso Senhor Jesus Cristo, quando Ele foi ordenado único Sacrifício eterno, de fato, com um juramento que Deus jura que seria perpétuo.

Quando, então, os homens mortais encarregam-se ainda de vir a apresentar e oferecer Jesus Cristo a Deus, será que eles não roubam a honra que Deus reserva para Si mesmo, e que não pode ser atribuída a qualquer criatura? Já que é assim, então, vemos como estes pobres cegos, supondo manterem a designação de Deus, provocam a Sua ira e Sua vingança, renunciando a morte e a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E muito mais nos convém ampliar a graça de Deus, pela qual Ele nos retirou de tal abismo, que quando afirmamos nos aproximarmos dEle, é para desafiá-lO abertamente. Pois, nos privamos dEle e do fruto de Sua morte e paixão quando buscamos outro sacrifício além daquele que Ele ofereceu em Sua pessoa. Isso, então, é o que temos que lembrar.

Agora é dito: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito”. E este grito foi: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” [Lucas 23:46]. Nisto nós vemos como o nosso Senhor Jesus Cristo tanto lutou contra as dores da morte, e que a partir de então Ele foi vencedor sobre ela e Ele poderia ganhar Seus triunfos como tendo superado o que era o mais difícil. E isso diz respeito a nós, ou seja, devemos aplicá-lo para o nosso uso. Pois temos a certeza não somente que o Filho de Deus lutou por nós, mas que a vitória que Ele adquiriu para nós nos pertence, e que hoje não devemos estar em qualquer juízo assustados com a morte, sabendo que a maldição de Deus, que era terrível para nós, é abolida, e que a morte, em vez de ser capaz de ferir-nos como uma praga fatal, nos serve como remédio para nos dar passagem para a vida. Agora, como anteriormente com o exemplo de Davi, Ele disse:

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Salmo 22:1)
Assim, agora, Ele toma a oração feita por Davi, no trigésimo primeiro Salmo, “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito” (Salmo 31:5).

É verdade que Davi disse isso estando em meio a perigos. Como se Ele dissesse: “Senhor, sustenta-me na Tua proteção; pois a minha alma é como se estivesse entre as minhas mãos; ela está ali como que trêmula. Pois eu me vejo exposto a todos os perigos; minha vida é como se estivesse pendurada em um fio. Ela não permanecerá, então, a menos que Tu me tomes em Tua proteção”. É assim que Davi, por esta oração, constituiu a Deus como o seu protetor. No entanto, ele não a usa para clamar a Deus até [chegar o momento de Sua] própria morte, e para ter certeza de que Deus sempre é o Salvador dos Seus eleitos, não somente para mantê-los e guardá-los neste mundo, mas também quando Ele os toma para Si mesmo.

Pois, a principal proteção que Deus mantém sobre nós é que, sendo retirados deste mundo, somos escondidos debaixo das Suas asas para nos alegrarmos em Sua presença, como São Paulo fala disto em 2 Coríntios 4:3. E o nosso Senhor Jesus também pronunciando esta oração declara que Ele morre pacificamente, tendo conquistado em todos os combates o que Ele teve de sustentar para nós, e já alcança Seus triunfos em nosso nome e para nosso proveito e salvação. Ele declara totalmente por este mesmo meio que Deus é o Seu Salvador e que Ele guarda a Sua alma com uma firme confiança. A isso é que implica este pedido que Ele faz a Ele, quando Ele diz: “Meu Deus, sê Tu o guardião da Minha alma, mesmo após a morte”.

Quando nosso Senhor Jesus fala assim, é como se Ele assegurasse a nós todos que não podemos deixar de nos comprometer com o nosso Deus, pois Ele certamente condescen- de para se encarregar conosco, a fim de sustentar-nos, e que nós jamais pereceremos,

estando assim sob a Sua mão. Agora, especialmente devemos notar que Jesus Cristo ao dizer: “Meu Deus, nas tuas mãos encomendo o meu espírito”, adquiriu o privilégio que é atribuído a Ele por São Estevão em Atos 7. Isso é que Ele foi constituído Guardião de todas as nossas almas. Pois como é que Santo Estêvão fala em sua morte?

“Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (Atos 7:59).

Assim, então, é como São Estevão mostra o fruto desse pedido que foi feito por Jesus Cristo: a saber, que agora podemos nos dirigir a Ele, e devemos fazê-lo, declarando que uma vez que Ele nos foi dado como Pastor por Deus Pai, nós não precisamos ter dúvidas, mas, sim, estarmos em paz, tanto na vida como na morte, sabendo que tudo nos beneficiará e será voltado para nosso proveito. Como diz São Paulo, que com Jesus Cristo, ele encontrará ganho em tudo, que ele não carecerá de nada em vida ou morte, pois tudo será útil para ele (Filipenses 1:20-24).

Então, aprendamos agora, quando formos assediados pela morte, que Jesus Cristo tirou o ferrão que poderia nos ferir fatalmente no coração, e que a morte não será mais prejudicial para nós, e que quando o nosso Senhor Jesus entregou a Sua alma a Deus, Seu Pai, isso não foi apenas para ser preservado em Sua Pessoa, mas, a fim de adquirir esse privilégio que é inteiramente preservado para nós em virtude deste pedido; na verdade, quando nós teremos os nossos recursos nEle, como Aquele sob a proteção de Quem não podemos perecer, pois Ele o declara.

Há ainda este triunfo do que fizemos menção, que já nos beneficia. Pois nosso Senhor Jesus mostra quão preciosa é a Sua morte, quando Ele parte com tanta confiança para Deus, Seu Pai, para nos conduzir a Ele e para nos mostrar o caminho para Ele. Mas a coisa principal é que podemos saber que o fruto disso vem até nós, na medida em que Ele riscou a cédula que nos era contrária, enquanto Ele adquiriu para nós a plena satisfação pelos nossos pecados, para que possamos comparecer diante de Deus, Seu Pai, de tal forma que até mesmo a morte já não mais fará qualquer mal ou dano a nós. Embora ainda vemos em nós muitas coisas que podem nos assombrar, e nós experimentamos a nossa pobreza e miséria, ainda assim, não deixemos de nos gloriar nAquele que foi assim humilhado por nós, a fim de elevar-nos com Ele.

Na verdade, embora do lado humano só exista a completa vergonha, no entanto, quando Jesus Cristo foi pendurado ali na cruz, Deus já desejava naquele momento, pela boca de Pilatos que Ele fosse declarado Rei. Assim, embora o reino de nosso Senhor Jesus Cristo seja difamado perante o mundo, nós não podemos, contudo, deixar de mantê-lo como a base de toda a nossa glória, e que possamos saber que estando em opróbrio sob Sua direção, temos, no entanto, do que nos alegrar; posto que a que a nossa condição sempre será abençoada, porque todas as misérias, aflições e ignomínias que nós suportamos são

mais honrosas e preciosas diante de Deus do que são todos os cetros, toda a pompa e coisas honrosas, os quais os homens estão viciados. Isso, então, é como devemos chegar ao nosso Senhor Jesus Cristo, e nos apegar de tal modo a Ele que possamos conhecer que a riqueza Ele traz para nós é preciosa, e acima de tudo, quando Ele nos conduz por Seu Evangelho, que nós possamos rejeitar todas as conveniências e confortos deste mundo; de fato, que os mantenhamos em ódio quando eles nos desviam do bom caminho.

Resumidamente, que o nosso Senhor Jesus obtenha a honra que Ele merece, e de nossa parte que não sejamos como canas agitadas por cada vento, mas que estejamos fundamentados nEle, que clamemos a Deus, e na vida e na morte que a vitória seja dada a nós visto que Ele já triunfou. E enquanto nós ainda estamos aqui abaixo que possamos dar-Lhe honra ao reconhecer que é Ele Quem nos sustenta. Isto é o que Ele fará quando realmente tivermos o nosso refúgio nEle: Ele fará isso, eu digo, não de uma forma comum, mas milagrosamente. Pois, quando formos lançados até o fundo do abismo da morte, é o Seu ofício retirar-nos dali e nos levar à herança celestial que Ele adquiriu com tanta afeição para nós.

Agora, prostremo-nos em reverência humilde diante da majestade do nosso Deus.

Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há neste sermão aos nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo. Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos ao Conhecimento Salvador de Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

João Calvino

 João CalvinoJoão Calvino (1509 – 1564) é considerado um dos maiores representantes da Reforma Protestante do século XVI, como ficou conhecido o movimento de reação aos abusos da Igreja Católica Romana à época. Calvino foi o responsável por sistematizar o protestantismo reformado através das Institutas da Religião Cristã, sua principal obra teológica, cujo objetivo era servir de instrução para a formação do cristão.

 

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