Celebração da Disciplina – Richard J. Foster

Segue neste artigo pontos que consideramos importantes retirados deste livro, e que acreditamos que será de grande valia na sua vida. Como é bom ler um bom livro e ver através dele que o Senhor fala conosco de várias formas, e lendo livros cristãos é uma forma maravilhosa de receber a Sua palavra.

Seja abençoado.

As disciplinas Espirituais

Foster-RJ-0074Não podemos limpar nosso próprio coração exercitando nossa própria “vontade”.

O apóstolo Paulo disse: “O que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção, mas o que semeia para o Espírito, do Espírito
colherá vida eterna (Gálatas 6:8). O lavrador não consegue fazer germinar o grão. Tudo o que ele pode fazer é prover as condições certas para o crescimento do grão.

Todos pensam em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.

Quando verdadeiramente cremos que a transformação interior é obra de Deus e não nossa, podemos dar descanso a nossa vontade por endireitar a vida dos outros.

Disciplina da Oração

Em questões de problemas físicos, sempre tendemos a orar primeiro pelas situações mais difíceis, porém precisamos apreender a dar importância de começar a orar por coisas menores, como resfriados ou dores de ouvido. O êxito nos pequenos cantos da nossa vida irá nos dar autoridade nas questões maiores.

Uma criança não acha difícil ou complicado conversar com seu pai, nem ela se sente constrangida em trazer à atenção dele a mais simples necessidade. Por que não fazemos o mesmo com Deus? Por que apenas chegamos diante do Senhor com os nossos problemas “complicados”?

Seu pastor e os cultos de adoração precisam ser banhados em oração. Paulo orava por seu povo e ele pedia ao povo que orasse por ele. Frank Laubach dizia: “Sou muito sensível e sei quando estais orando por mim. Quando orais por mim, sinto um poder que não é meu.”

Seus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles e ore por eles à noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar levemente as mãos sobre a criança. Imagine a luz de Cristo fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu no dia.

Disciplina do Jejum

O jejum bíblico sempre se concentra em finalidades espirituais.
Para que fins estás jejuando?

religiao-espiritismo-en-livros-areas-interesse-405901-MLB20423314712_092015-YNo jejum de quarenta dias de Jesus, diz o evangelista que ele “nada comeu” e ao fim desses quarenta dias “teve fome”, e Satanás o tentou a comer, indicando que a abstenção era de alimento e não de água (Lucas 4.2ss). As vezes se descreve o que poderia ser considerado jejum parcial, isto é, há restrição e dieta mas não abstenção total.

Há, também, diversos exemplos bíblicos do “jejum absoluto”, ou abstenção tanto de alimento como de água. No caso de Ester, após saber que a execução aguardava a ela e ao seu povo, ela instruiu a Mordecai: “Vai, ajunta a todos os judeus…e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia, e eu e as minhas servas também jejuaremos” (Ester 4.16).

Paulo fez um jejum absoluto de três dias após seu encontro com o Cristo vivo (Atos 9.9).

É preciso sublinhar que o jejum absoluto é a exceção e nunca deveria ser praticado, a menos que a pessoa tenha uma ordem muita clara de Deus, e por não mais do que três dias.

Nunca fez jejum? Comece com um parcial de vinte e quatro horas de duração. Muitos têm achado que o melhor período é de almoço a almoço. Exteriormente você estará executando os seus deveres regulares do dia, mas interiormente você estará em oração e adoração, cantando e louvando.

Provavelmente você sentirá algumas dores de fome ou desconforto antes de terminar o tempo. Em vários aspectos, seu estômago é como uma criança que precisa de disciplina. Ignore os sinais ou diga mesmo ao seu “filho mimado” que se acalme e em breve as dores da fome terão passado. Se não, tome um copo de água e o estômago ficará satisfeito. Você tem que ser o senhor de seu estômago, e não seu escravo.

Disciplina da Simplicidade

Compre coisas na sua vida por utilidade e não por seu “status”. Os automóveis devem ser comprados por sua utilidade, e não por seu prestígio.

Para com o esforço de impressionar as pessoas com suas roupas e impressione-as com sua vida.

Crie o hábito de dar coisas. Se você acha que se está apegando a alguma coisa, considere dá-la a alguém que necessite.

Desacumule. Coisas que não são necessárias complicam sua vida e elas podem ser bênção para outras pessoas.

A Disciplina da Submissão

Muitas lutas e divisões na igreja ocorrem porque as pessoas não tem a liberdade de submeter-se umas as outras.

Precisamos aprender a colocar os interesses alheios acima do nosso próprio.

CelebracaodisciplinaA liberdade está em se tornar servo de todos.

O símbolo supremo desta radical condição de servo é a cruz. “Jesus a si mesmo se humilhou, tomando-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8). Mas observe isto: Cristo não somente morreu uma morte de cruz, ele viveu uma vida de cruz. O caminho da cruz, o caminho do servo sofredor, foi essencial ao seu ministério. Jesus viveu a vida de cruz em submissão ao próximo. Ele foi o servo de todos. Ele rejeitou de planos os títulos culturais de posição e poder quando disse: “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi… Nem vos chameis mestres” (Mateus 23:8-10). Jesus rompeu os costumes de seu tempo quando sobreviveu à vida de cruz tomando a sério as mulheres e dispondo-se a encontrar-se com as crianças. Ele viveu a vida de cruz quando tomou uma toalha e lavou os pés dos discípulos.

Jesus chamou seus seguidores para viverem a vida de cruz. “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34). Ele disse claramente a seus discípulos: “Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos” (Marcos 9:35). Quando Jesus imortalizou o princípio da vida de cruz lavando os pés dos discípulos, ele acrescentou: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13:15).

Disciplina da Confissão

É importante que, quando os outros nos revelam suas angústias, aprendamos a estar quietos. Seremos severamente tentados a aliviar a tensão da situação fazendo algum comentário de improviso. Isto distrai e até destrói o momento. Nem deveríamos tentar arrancar mais detalhes do que os necessários. Se percebemos que, por constrangimento ou temor, eles retêm algo, o melhor método é esperar em silêncio e em oração.

O primeiro serviço que se presta a outros na comunidade consiste em ouvi-los. Assim como amar a Deus começa com ouvir a sua Palavra, assim o começo do amor aos irmãos está no aprender a ouvi-los.”

Não temos de ter as respostas corretas para ouvir bem. Com efeito, freqüentemente as respostas corretas constituem um obstáculo para se ouvir, pois estamos mais ansiosos por dar a resposta do que para ouvir. Uma impaciente meia-atenção é uma afronta à pessoa que fala.

É desnecessário dizer que enquanto a pessoa fala você deve está orando por ela. Interiormente e de modo imperceptível (seria descortês demonstrar que você está orando) você irradia para ela orações de amor e perdão. Você ora, também, para que ela dê a “chave” que revelaria qualquer área que necessita do toque curador de Cristo.

É de extrema importância que você ore pela pessoa e não apenas lhe dê conselhos. Antes da oração, ou durante ela, deveríamos anunciar à pessoa que o perdão em Jesus Cristo é agora real e eficaz para ela. Podemos dizê-lo em palavras e tons de autêntica autoridade, pois temos todo o céu em apoio de absolvição (João 20:22-23).

Disciplina da Celebração

Se pensarmos que teremos alegria apenas orando e cantando salmos, ficaremos desiludidos. Mas se enchermos nossa vida com coisas boas e simples, e constantemente dermos graças a Deus por elas, conheceremos a alegria. E que dizer de nossos problemas? Quando determinarmos permanecer nas coisas boas e excelentes da vida, nossa vida se encherá dessas coisas de tal sorte que elas terão a tendência de tragar nossos problemas.

Disciplina do Serviço

book_r201Como a cruz é o símbolo da submissão, assim a toalha e o rodo é o símbolo do serviço.

Nada como o serviço no anonimato para transformar os desejos da carne. A carne choraminga contra o serviço, porém, contra o serviço feito no anonimato, ela apronta uma gritaria. Ela se esperneia por obter honra e reconhecimento. Ela imagina meios sutis, religiosamente aceitáveis a fim de chamar a atenção para o serviço prestado. Se ousadamente nos recusarmos a ceder à luxúria da carne, nós a crucificamos. Toda vez que crucificamos a carne crucificamos nosso orgulho e arrogância.

A “concupiscência da carne” refere-se ao fracasso de por ela sob o nosso controle.

A carne deve aprender a dolorosa lição de que ela não tem direitos próprios.

Quando escolhermos servir, ainda estamos no comando. Decidimos a quem e quando servir. Se estamos no comando, preocupar-nos-emos muito sobre alguém pisar-nos, isto é, dominar-nos. Mas quando escolhemos ser servos, damos de mão ao direito de estar no comando.

Considere a perspectiva de um escravo. O escravo vê a vida toda da perspectiva da escravidão. Ele não vê a si mesmo como possuindo os
mesmos direitos de homens e mulheres livres. Por favor, entenda-me: quando esta escravidão é involuntária, ela é cruel e desumanizante. Quando a escravidão é livremente escolhida tudo muda. A servidão voluntária é uma grande alegria.

Fazemos o melhor do nosso esforço por suavizar a linguagem de Paulo, traduzindo a palavra “escravo” por “servo”. Mas, seja qual for a palavra que resolvamos empregar, estejamos certos de entender que Paulo queria dizer que de livre vontade ele abria mão de seus direitos. Portanto, justifica-se o respeito de que se aproveitem de nós e nos pisem.

É um ato de submissão e serviço permitir que os outros nos sirvam.

Serviço Farisaico vs Serviço Verdadeiro

O serviço farisaico impressiona-se com a “aparência”. Ele está interessado em registrar lucros impressionantes no “placar” eclesiástico.
O serviço verdadeiro acha quase impossível distinguir entre serviço pequeno e serviço grande.

O serviço farisaico é afetado por estados de ânimo e caprichos. Ele só pode servir quando há um “sentimento” de servir (“movido pelo Espírito”, conforme dizemos). Saúde ruim ou sono insuficiente controlarão o desejo de servir.
O verdadeiro serviço ministra simples e fielmente porque há uma necessidade. Ele sabe que o “sentimento de servir” pode, muitas vezes, constituir-se em obstáculo ao verdadeiro serviço. Ele recusa permitir que o sentimento controle o serviço, mas permite que o serviço discipline os sentimentos.CELEBRACAO_DA_DISCIPLINA_1362857616P

O serviço farisaico é temporário. Funciona somente enquanto se executam os atos específicos do serviço. Havendo servido, pode descansar
sossegado.
O verdadeiro serviço é um estilo de vida. Ele atua a partir de padrões arraigados de vida. Brota espontaneamente para satisfazer a necessidade humana.

O serviço farisaico fratura a comunidade. Na análise final (uma vez removidas todas as armadilhas religiosas) ele se concentra na glorificação do indivíduo. Portanto, ele coloca os outros a nosso débito e se torna uma das mais sutis e destrutivas formas de manipulação conhecidas. O resultado é a ruptura da comunidade.
O verdadeiro serviço, por outro lado, edifica a comunidade. Silenciosa e despretensiosamente ele vai aqui e ali cuidando das necessidades alheias; não obriga ninguém a retribuir o serviço. Ele atrai, une, cura, edifica. O resultado é uma comunidade unida.

O serviço farisaico demanda recompensas exteriores. Ele precisa saber que as pessoas vêem e apreciam o esforço. Ele busca o aplauso dos homens com a devida modéstia religiosa, é claro.
O verdadeiro serviço descansa contente no anonimato. Ele não teme as luzes e o frêmito da atenção, mas também não os busca. Uma vez que ele vive a partir de um novo Centro de Referência, o aceno divino de aprovação é quanto basta.

O serviço farisaico está muitíssimo preocupado com os resultados. Ele espera ansiosamente para ver se a pessoa servida retribui na mesma moeda. Amargura-se quando os resultados ficam aquém das expectativas.
O verdadeiro serviço está livre da necessidade de calcular resultados. Ele deleitasse apenas no serviço. Pode servir os inimigos com a mesma liberdade com que serve os amigos.

O serviço farisaico escolhe minuciosamente a quem servir. Às vezes os nobres e poderosos são servidos porque isso trará certa vantagem. Às vezes os humildes e indefesos são servidos porque isso garantirá uma imagem humilde.
O verdadeiro serviço não discrimina em seu ministério. Ele ouviu a ordem de Jesus de ser “servo de todos” (Marcos 9:35). Francisco de Assis escreveu: “Sendo servo de todos, estou obrigado a servir a todos e administrar as palavras suavizadoras de meu senhor.”

Fonte: http://www.hellwig.com/

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Richard J. Foster é um teólogo cristão e autor da Quaker tradição. Seus escritos falam para um público amplo cristã. Ele foi professor na Universidade de Amigos e do pastor evangélico Amigos igrejas. Foster reside em Denver, Colorado . Obteve o seu diploma de graduação na Universidade George Fox , em Oregon e seu doutorado em Teologia Pastoral no Seminário Teológico Fuller

Celebração da Disciplina – Richard J. Foster

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