Confissão de fé de Westminster – CAPÍTULO I [ DA ESCRITURA SAGRADA ]

A Confissão de Fé de Westminster é uma confissão de fé reformada, de orientação calvinista. Adotada por muitas igrejas presbiterianas e reformadas ao redor do mundo, esta Confissão de Fé foi produzida pela Assembléia de Westminster e aprovada pelo parlamento inglês em 1643.

CAPÍTULO I – DA ESCRITURA SAGRADA

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal maneira manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis (Rm 2:14,15; Rm 1:19,20; Rm 1:32; Rm 2:1; Sl 19:1-3), contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade, que são necessários para a salvação (1Co 1:21;1Co 2:13,14); por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade (Hb 1:1); e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido em fazer escrever todo esta (Pv 22: 19-21; Lc 1: 3,4; Rm 15:4; Mt 4: 4,7,10: Is 8: 19,20); o que torna indispensável a Escritura Sagrada (2Tm 3:15; 2Pe 1:19), tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo (Hb 1:1,2).

II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes:

Os Livros da Biblia

Todos os quais foram dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e prática (Lc 16:29,31; Ef 2:20; Ap 22:18,19; 2Tm 3:16).

III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; e, portanto, não são de nenhuma autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como qualquer outro escrito humano (Lc 24:27,44; Rm. 3:2; 2Pe 1:21).

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a própria verdade) que é o seu Autor; portanto, deve ser recebida porque é a Palavra de Deus (2Pe 1:19,21; 2Tm 3:16; 1Jo 5:9, 1Ts 2:13).

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a uma alta e reverente estima da Escritura Sagrada (1Tm 3:15); a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e sua completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a Palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que com a Palavra testifica em nossos corações (1Jo 2:20,27; Jo 16:13,14; 1Co 2:10-12; Is 59:21).

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a Sua própria glória e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser, por boa e necessária consequência, deduzido dela, a qual nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens (2Tm 3:15-17; Gl 1:8,9; 2Ts 2:2); no entanto, reconhecemos ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra (Jo 6:45; 1Co 2:9-12), e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da Palavra, que sempre devem ser observadas (1Co 11:13,14; 1Co 14:26,40).

VII. Na Escritura, não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos (2Pe 3:16); contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro lugar da Escritura são tão claramente apresentadas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas (Sl 119:109,130).

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (que era a língua nativa do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são, portanto, autênticos (Mt 5:18); e assim, em todas as controvérsias religiosas, a Igreja deve apelar para eles (Is 8:20; At 15:15; Jo 5:39,46); mas, não sendo

essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las (Jo 5:39), esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem (1Co 14:6,9,11,12,24,27,28) a fim de que a Palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável (Cl 3:16) e, através da paciência e conforto das Escrituras, possam ter esperança (Rm 15:4).

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente (2Pe 1:20,21; At 15:15,16).

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, e em cuja sentença devemos descansar, não pode ser outro, senão o Espírito Santo falando na Escritura (Mt 22:29,31; Ef 2:20 com At 28:25).

Aguardem : Confissão de fé de Westminster – CAPÍTULO II [ DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE ]

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Qual será o valor atual desta publicação? Muitos, sob vários aspectos. A Igreja Presbiteriana é confessional, identifica-se pela aceitação e defesa de seus símbolos de fé e, ao fazê-lo, propaga a melhor sistematização de teologia já produzida em todos os tempos. Especialmente em dias como os de hoje, quando “ventos de doutrinas” sopram de todos os lados, a firmeza doutrinária será um elemento histórico importante para a sobrevivência das Igrejas de origem Reformada, e, melhor ainda, será também a contribuição delas para grupos novos que vão surgindo sem o mesmo embasamento na Palavra de Deus, nossa Regra Única e Infalível de Fé e Prática.

 

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