O Catecismo de Westminster Comentado [Pergunta 6]

Breve Catecismo de Westminster foi formulado por teólogos ingleses e escoceses da Assembléia de Westminster, no séc. XVII.
É um catecismo resumido, de orientação calvinista, composto de 107 questões. Junto da Confissão de Fé de Westminster e do Catecismo Maior de Westminster, compõe os símbolos de fé das igrejas presbiterianas ao redor do mundo. Originalmente elaborado para o uso com crianças, revela contudo, um conteúdo de grande valor, aplicável a adultos.
O comentários que seguirão são baseados no Livro DOCUMENTOS DA REFORMA Breve Catecismo comentado, do Amado irmão Helio Clemente do Ministério Vivendo pela Palavra.

PERGUNTA: 6

Quantas pessoas há na Divindade?

RESPOSTA:

Há três pessoas na Divindade: o Pai e o Filho e o Espírito Santo, e estas três são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória.

Bases Bíblicas:

Deus é um em essência, coexistindo em três pessoas distintas, eternas e iguais em poder e natureza. A trindade divina é uma doutrina revelada, por este motivo, torna-se de fundamental importância apresentar em cada caso as provas bíblicas das afirmações.

Deus subsiste eternamente em uma única essência, constando de três pessoas espirituais (ou substâncias) distintas, com personalidades e funções diferentes, assumidas consensualmente na realização do Plano Eterno de Deus: O Pai e o Filho e o Espírito.

2 Coríntios 13,14: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.

A relação de filiação entre o Pai e o Verbo é eterna, mas isto não implica em precedência no tempo, dependência ou subordinação, indica somente a existência eterna desta relação entre o Pai e o Filho, que é o Verbo de Deus, para execução dos Decretos Eternos.

Mateus 28,19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Da mesma forma, o Espírito é apresentado com procedente do Pai e do Filho, isto se chama processão e reflete a somente função assumida por cada uma das pessoas no Plano Eterno de Deus, sem caracterizar dependência ou subordinação.

As pessoas da Trindade são co-eternas e auto-existentes, ou seja, todos são igualmente Deus, possuindo, cada uma delas, todos os atributos divinos em sua plenitude.

Seguem as comprovações bíblicas da Trindade – o Pai e o Filho e o Espírito Santo:

O PaiJoão 20,17: “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”.

O EspíritoAtos 5,3-4: “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.

O FilhoJoão 1,1: “NO PRINCÍPIO era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

3 – O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas.

Marcos 1,10-11: “Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”.

João 15,26: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”.

1 João 5,7: “Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um”.

A triunidade intelectual de Deus: Uma mente única, de uma única natureza: infinita, onisciente e eterna, sendo própria a três individualidades distintas que constituem um único Ser. Estas três pessoas formam uma unidade intelectual, voltada ao amor mútuo e ao perfeito consenso da Trindade.

O Pai e o Filho: Mateus 11,27: “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

Por outro lado, a onisciência das pessoas divinas abrange o conhecimento exaustivo da consciência de cada uma delas pelas outras duas, sendo que esta mente comum às pessoas da Trindade não interfere nos pensamentos próprios a cada uma das pessoas.

O Pai e o Espírito: 1 Coríntios 2,10: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”.

Estes centros de consciência individuais dentro da mente única definem as funções e participação de cada uma delas na concepção e execução dos planos eternos de Deus.

Assim, as três pessoas da Trindade ao mesmo tempo em que têm, cada uma, a mente divina em sua plenitude, também possuem três formas diferentes de pensamento, constituindo três centros de consciência diferentes e consensuais dentro da divindade.

O Filho e o Espírito: João 16,13: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”.

O batismo de Jesus: Deus o Pai e Deus o Filho e Deus o Espírito Santo manifestam-se ao mesmo tempo, mas cada um como uma pessoa individual.

Mateus 3,16-17: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

A TRINDADE NO VELHO TESTAMENTO

O Velho Testamento contém muitas referências e indicações sobre a Trindade divina.

– Pluralidade: Deus fala de si mesmo no plural, o que sugere a existência de distinções pessoais que indicam a pluralidade destas pessoas no ser de Deus:

Gênesis 1,26: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”.

Gênesis 11,7: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro”.

– O Anjo de Deus: O Anjo de Deus, no Velho Testamento recebe um tratamento e veneração que sugere muito claramente que ele seja Jeová (YAHWEH).

Gênesis 16,10: “Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por numerosa, não será contada”.

– Alternância: Em outras passagens a sabedoria de Deus é personalizada, alternando-se as pessoas que se manifestam ou são mencionadas:

Salmo 33,12: “Feliz a nação cujo Deus (ELOHIYM) é o SENHOR (YAHWEH), e o povo que ele escolheu para sua herança”.

Salmo 110,1: “Disse o SENHOR (YAHWEH) ao meu senhor (ADONAI): Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”.

– O Redentor: Deus (YAHWEH) é apresentado no Velho Testamento como o redentor e salvador do povo escolhido.

Jó 19,25: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra”. Léxico hebraico (Strongs) – Redentor: redimir pessoas da morte tendo Deus como sujeito.

O Novo Testamento apresenta a Trindade revelada, de forma que as três pessoas são expostas com clareza no texto bíblico.

Deus o Pai envia seu Filho ao mundoGálatas 4,4: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”.

O Pai e o Filho enviam o EspíritoJoão 14,26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.

O Pai dirige-se ao filhoMarcos 1,11: “Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”.

O Filho dirige-se ao PaiMateus 11,25: “Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos”.

O Pai e o Filho dialogamJoão 12,28: “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei”.

A benção apostólica: Revela, também, a ação conjunta das pessoas da Trindade:

2 Coríntios 13,14: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus (o Pai), e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.

A Grande Comissão: Tem uma importância relevante na discussão da Trindade, nela é apresentada claramente a definição das pessoas individuais pelo artigo definido colocado antes de cada pessoa e ao mesmo tempo a unicidade de Deus pela colocação da palavra “nome” no singular.

Mateus 28,19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Na primeira carta do apóstolo Pedro há um texto onde não somente são indicados os membros da Trindade, como também o desígnio de cada um na obra da redenção.

1 Pedro 1,2: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”.

Textos que confirmam a personalidade e divindade do Espírito Santo…

O Espírito é Deus: Atos 5,3-4: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.

O pecado imperdoável: Mateus 12,31: “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada”.

O Espírito na criação: Gênesis 1,2: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.

Aguardem a pergunta 7: 

Que são os decretos de Deus?

 

Por isso, é necessário que o estudo do Catecismo seja acompanhado de comentários explicativos, pois Helio_Clementea amplitude das perguntas e respostas é grande e não se restringe direta- mente ao assunto especifico da questão. Os itens do Catecismo constituem um breve resumo relativo ao tema tratado, que deve ser ampliado e explicado em detalhes, de forma que o entendimento seja completo. Não é preciso modernizar a igreja, mais voltar no tempo e procurar a pureza doutrinária perdida ao longo dos séculos.
Em Cristo,
Helio Clemente – Abril de 2014


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