O Catecismo de Westminster Comentado [Perguntas 4]

O Breve Catecismo de Westminster foi formulado por teólogos ingleses e escoceses da Assembléia de Westminster, no séc. XVII.

É um catecismo resumido, de orientação calvinista, composto de 107 questões. Junto da Confissão de Fé de Westminster e do Catecismo Maior de Westminster, compõe os símbolos de fé das igrejas presbiterianas ao redor do mundo. Originalmente elaborado para o uso com crianças, revela contudo, um conteúdo de grande valor, aplicável a adultos.
O comentários que seguirão são baseados no Livro DOCUMENTOS DA REFORMA Breve Catecismo comentado, do Amado irmão Helio Clemente do Ministério Vivendo pela Palavra.

PERGUNTA: 4

Quem é Deus?

RESPOSTA:

Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.

João 4,24: “Deus é espírito; e importa que os seus adora- dores o adorem em espírito e em verdade”.

A natureza de Deus: Deus é simples e indivisível, todos os atributos de Deus são igualmente perfeitos e não existe nenhum desses atributos melhor ou pior que outro.

Santidade: a santidade de Deus representa, além do sentido de separação, a perfeição moral absoluta, de forma que todas as coisas provindas de Deus são santas e justas, pois não existe padrão maior de justiça ou perfeição moral acima de Deus.

Jeremias 10,10: “Mas o SENHOR é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua 01DOCUMENTOS DA REFORMA - Breve Catecismo de Westminsterindignação”.
A santidade é aquele atributo pelo qual Deus faz de si mesmo a base de todas as distinções morais: o bem é aquilo que Deus quer, o mal é aquilo que contraria e resiste à sua vontade.
Por outro lado, a santidade do homem nunca deve ser vista como uma possibilidade de perfeição moral. Pelo contrário, a santidade do homem tem a ver com um relacionamento especial entre Deus e os seus lhos, separados do mundo pelo conselho de sua vontade.

Levítico 20,8: “Guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o SENHOR, que vos santifico”.

Independência: Deus é completamente livre em todo o seu Ser, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável.

Salmo 36,9: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz”.

Deus determina o bem e o mal, as alegrias e tribulações, as maravilhas e calamidades da natureza para a realização de seu plano eterno, que é imutável e foge à compreensão dos homens, mas, jamais um filho de Deus irá questionar as determinações do Criador.

Romanos 11.33-34: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”.

O amor de Deus: Deus é cheio de amor, é misericordioso, longânimo, bondoso e remunerador para os seus escolhi- dos, todavia, justo para com todos e terrível em seus juízos, pois odeia todo pecado e, de modo algum ,terá por inocente o culpado.

Deus é perfeito, não existe mancha no Ser de Deus. Por isso, Deus odeia o pecado e não pode deixar impunes os pecadores. Pela queda de Adão, todos os homens se tornam pecadores, o amor de Deus é a única razão pela qual Ele decretou a salvação dos eleitos através da vida perfeita e do sacrifício expiatório de Jesus Cristo.

1 João 4,9: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele”.

O Deus bíblico é tanto santo como amoroso em perfeito equilíbrio. Assim, a misericórdia somente pode se manifestar depois de cumprida sua justiça. Essa é a necessidade da redenção que há em Cristo, pois Deus exige perfeição antes do processo de salvação; o homem, por si mesmo, jamais teria condições de satisfazer a justiça perfeita de Deus.

João 3,16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Auto suficiência: Deus é auto existente e suficiente em si mesmo. Deus tem em si a vida eterna, ele é totalmente suficiente em si e para si; o nome de Deus “EU SOU O QUE SOU” significa a auto existência de Deus.

Deus não somente existe, mas é uma presença viva e eterna que estará sempre presente. Os religiosos em Israel consideravam este nome YAHWEH tão sublime que nenhuma palavra poderia expressa-lo. Por isso, os hebreus eram proibidos de pronunciar esse nome.

Romanos 11,35: “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?”.

Deus não necessita das criaturas que trouxe à existência, não depende delas para sua glória, mas manifesta a sua glória sobre elas. Dele, por ele e para ele são todas as coisas, e sobre elas tem soberano domínio para fazer com elas tudo quanto quiser.

Atos 17,24-25: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”.

Onisciência: todas as coisas são presentes e manifestas perante Deus; seu conhecimento é infinito, eterno e absoluto, para Ele nada é ocasional ou incerto. Nada que o homem pense ou realize pode mudar as decisões eternas de Deus.

Salmo 139,7-10: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá”.

Aguardem a pergunta 5:

Há mais de um Deus?

 

Por isso, é necessário que o estudo do Catecismo seja acompanhado de comentários explicativos, pois Helio_Clementea amplitude das perguntas e respostas é grande e não se restringe direta- mente ao assunto especifico da questão. Os itens do Catecismo constituem um breve resumo relativo ao tema tratado, que deve ser ampliado e explicado em detalhes, de forma que o entendimento seja completo. Não é preciso modernizar a igreja, mais voltar no tempo e procurar a pureza doutrinária perdida ao longo dos séculos.
Em Cristo,
Helio Clemente – Abril de 2014
http://www.vivendopelapalavra.com/index.php/component/content/article/38-diversos/1576-livro-breve-catecismo-comentado

O Catecismo de Westminster Comentado [Perguntas 4]

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